Conta quem me educou, que quando me perguntavam “o que eu queria quando fosse grande”, lhes respondia “quero ser feliz”.
O crescimento deu lugar à descoberta de a uma montanha russa de tantas outras emoções, que nem sempre soube aceitar ou compreender, mas que me norteou para uma energia de apoio e ajuda ao próximo.
Lembro-me de sentir intensamente emoções que me surgiam quando observava injustiças, sofrimento ou insuficiência, ainda sem conhecer os vocábulos “empatia” e “compaixão”.
Adorava filmes, vivia intensamente as histórias, especialmente as mais emotivas. Um filme que me marcou a juventude foi Pay it Foward – ou Favores em Cadeia, em Português, com Kevin Spacey e Helen Hunt. E confirmou aquilo com que sempre me identifiquei: a ajuda ao próximo, que ao próximo faria o mesmo.
O meu espírito aventureiro e sonhador, bem patente na criança interior que só queria ser feliz, formar-se em arqueologia e desvendar mistérios marítimos ou descobrir tesouros egípcios, deu lugar a uma jovem que encontrou na psicologia o conhecimento e a compreensão (em decurso) da incrível mente humana e dos processos internos que nos caracterizam.
Apesar do teor currícular da minha formação académica na área clínica e da saúde, foi a novidade do mundo empresarial que inicialmente me levou a especializar em Psicologia do Trabalho, Social e Organizações, ao que se seguiu um MBA de Gestão de Empresas e um Mestrado em Gestão no âmbito dos serviços de recursos humanos.
Durante mais de 10 anos colaborei como Psicóloga e Consultora de Recursos Humanos na área do Trabalho Temporário, onde conheci inúmeras empresas clientes e diferentes realidades e necessidades, e como psicóloga directamente contratada por multinacionais para recrutamento e selecção de equipas, onde conheci o país pela mobilidade nacional da função.
Foi quando colaborei com a Asociación para el Desarrollo y la Integración Social Meridianos, em Sevilha, que a área da Educação despertou especial atenção - altura em que fiquei responsável pelo recrutamento e selecção de profissionais para abrir centros educativos em Portugal, em gestão partilhada com a DGRS, Ministério da Justiça.
Tive a oportunidade de visitar o projeto de intervenção educativa nos centros educativos em Espanha, onde jovens menores de idade cumpriam medidas tutelares de internamento, muitos deles em regime fechado. Compreender a dura realidade dos jovens e das suas famílias, fez-me reflectir sobre a origem de muito: a educação e a parentalidade.
Foi precisamente quando me deparei com a maternidade, que a parentalidade e a educação se tornaram temas basilares, tanto a título pessoal como a título profissional, o que me levou em 2015 a conciliar ambas as áreas: Psicologia Organizacional e a Psicologia da Educação.
E foi então que decidi trabalhar por conta própria, e em parceria. Desde então tenho tido o privilégio de privar e colaborar com pais, crianças, famílias, profissionais escolas, associações, empresas, entre outros.
Mais ou menos por esta altura, consegui o reconhecimento do meu percurso profissional como Membro Efectivo n.º 417 da Ordem dos Psicólogos Portugueses, tendo como especialidades avançadas: Necessidades Educativas Especiais e Orientação Vocacional e Profissional.
Em paralelo, fui aprimorando competências certificadas e/ou reconhecidas pela Ordem dos Psicólogos no âmbito da Intervenção Psicológica, Primeiros Socorros Psicológicos, Rastreio, Avaliação e Tratamento da Depressão, Terapia de Casal, Sexologia Clínica, Literacia em Saúde, Terapia Focada nas Emoções, entre outras.
Mas a minha evolução pessoal e profissional não ficavam por aqui. Fui reconhecida como facilitadora de parentalidade consciente pela AdPC Portuguesa e tornei-me instrutora de Yoga certificada pelo Centro Vaidika e Dgert, desenvolvendo uma metodologia própria para interagir com crianças em geral e intervir nas necessidades específias (nee) em particular.
Em 2018 decidi participar num retiro de Minfulness na Índia e em 2019 iniciei um curso de MBSR aplicado à redução de stress, com Adrian Karunavira da Universidade de Bangor, certificado pela Sociedade Portuguesa de Meditação, pela Mindful Health, e acreditado pela Ordem dos Psicólogos.
Hoje em dia olho para trás e percebo que tudo começa na criança interior. Aquela criança interior que conseguia sentir nos candidatos a emprego, ou nos colegas e chefias das organizações. Nos comportamentos desafiantes dos jovens dos centros educativos, no comportamento dos adultos que desesperam com o comportamento das crianças, repetindo alguns padrões que fizeram sofrer a sua própria criança interior.
Para mim, também tudo começou na minha criança interior. Aquela que só há alguns anos descobri, que ainda hoje trago comigo e faço questão de escutar, quando o mundo dos adultos se torna deveras desafiante.
Não deixo de acreditar que tenho nos meus filhos os maiores gurus, e que tenho na vida todos os convites de que preciso para ser melhor que ontem, sem precisar de me sentir melhor do que ninguém para me sentir bem comigo.
Agora que partilhei um bocadinho de mim, permite-te partilhar um bocadinho de ti e descobrir o tanto que a tua criança interior precisa de dizer.
Conhece-te-me através de uma primeira consulta aqui: